mercado da cachaça

Moderação, palavra-chave para o setor de cachaça

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Em artigo especial para a Cachaça em Revista, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça, alerta sobre a importância do incentivo ao consumo consciente*

Beba com moderação”, diz a frase de advertência. Mas o que vem a ser moderação? Pode ser o consumo de bebida alcoólica até o nível em que os sentidos não pareçam alterados? Seria a ingestão de duas doses padrão diárias para mulheres e três doses para homens? Ou será beber água durante o consumo de sua Cachaça preferida!?

Na realidade, nós brasileiros não sabemos de fato o que é moderação.

Culturalmente, esse conceito está encoberto por muitos mitos e falsas percepções existentes no consciente coletivo, a começar pela ideia de que existem bebidas alcoólicas mais fortes do que outras. A verdade é que álcool é álcool. É a mesma molécula, independentemente se é consumida como cerveja, vinho ou destilado. O que importa é a quantidade total ingerida de álcool. Um copo de 330 ml de cerveja, por exemplo, equivale a 30ml de cachaça ou a 100ml de vinho, ou seja, aproximadamente 12g de álcool.

Programar o deslocamento, intercalar o drink com bebidas não alcoólicas e se alimentar antes e durante a ingestão de álcool são exemplos de como o consumo pode ocorrer de forma responsável. Agora, como fazer essa mensagem chegar cada vez mais ao consumidor e de forma eficaz a ponto de mudar hábitos ao longo do tempo?Alexsandra Machado

Em centenas de países o conceito de moderação foi definido. Esse tipo de diretriz auxilia muito o consumidor a saber o que é moderação, dentro do tipo de bebida de sua preferência e de maneira bem prática. No Brasil, ainda temos espaço para construir isso e poder educar melhor o consumidor para que o consumo de álcool recreativo seja sempre responsável.

O setor produtivo de bebidas alcoólicas no Brasil sempre se colocou como parte da solução no combate do consumo abusivo do produto, movimento esse originado muito antes de 2010, quando foi aprovada a Estratégia Global para o Combate do Consumo Nocivo de Álcool pela Organização Mundial da Saúde, instrumento que vem guiando políticas públicas ao redor do mundo e que se materializa no Brasil dia após dia e, mais recentemente, com a publicação pelo governo federal da Política Nacional sobre Drogas.

Aumentar o alcance de campanhas voltadas ao consumidor para que a sua relação com álcool seja cada vez mais responsável – desde o não consumo por menor de idade, passando pelo respeito aos abstêmios e chegando à conscientização sobre o consumo moderado – se faz urgente. Está mais do que na hora da cadeia produtiva da Cachaça se unir e intensificar esforços numa direção única e amplificadora para o combate do consumo nocivo da bebida.

Aliás, nosso destilado verde e amarelo, símbolo nacional, marca do Brasil, com toda sua carga histórica e relevância social e econômica para o país, merece ser consumido de forma responsável e esse é o nosso papel.

 

*Esse artigo está na Cachaça em Revista edição VIII, cuja edição impressa está em circulação (a edição digital estará no próximo mês nesse site)